sexta-feira, 8 de julho de 2011

Carta ao Embaixador do Irã no Brasil

No último dia 05, foi publicada uma notícia no portal da Missão Portas Abertas que me deixou profundamente entristecido. A suprema corte do Irã decidiu manter a condenação à morte do Pastor Youcef Nadarkhani, por ter se convertido ao cristianismo e não professar mais a fé mulçumana. Atendendo o apelo da notícia, decidi escrever ao embaixador do Irã no Brasil. Abaixo, transcrevo a carta na íntegra:


Exmo. Senhor Embaixador, representante oficial do Governo do Irã no Brasil, Sr Mohsen Shaterzadeh;

Eu, Edilson Araújo Santiago, Cristão Evangélico, Ministro Batista, Cidadão Brasileiro, venho por meio desta, utilizando-me do bom e amigável relacionamento existente entre nossos países, dirigir-me a V. Exª, mui respeitosamente, para interceder pela vida do Pastor Cristão Youcef Nadarkhani, condenado à morte no ano passado em seu país, pelo crime de apostasia, condenação que foi referendada pela vossa Suprema Corte no último dia 22 de junho.

Com todo o respeito a que V. Exª faz jus, quero expressar aqui meu profundo desapontamento e minha grande tristeza por essa condenação. Entendo, como cidadão brasileiro, que essa condenação é uma atrocidade.

E como cristão, tenho certeza que é um pecado imensurável aos olhos de Deus.

O que quero dizer, senhor Embaixador, é que o homem é livre para decidir servir ou não a Deus, para escolher a quem servir, para decidir por si só.

Se o Pastor Youcef decidiu servir a Jesus e professar a fé cristã, é um direito que lhe assiste, e sua morte por esta razão será uma crueldade sem tamanho. Entendo, senhor Embaixador, que cada ser humano, seja governo ou seja governado, seja autoridade ou seja subalterno, precisa ter garantida sua liberdade de escolha. Liberdade que nos foi dada a todos por Deus. Todos são iguais perante Deus.

E não é apenas a religião cristã que prega essa liberdade. Segundo ensina o vosso livro sagrado, o Alcorão, Allah também ama a todos indistintamente, não é verdade? Aliás, o Alcorão diz:

“Não há divindades exceto Ele. Ele que nos da a vida e a morte!” (Surata Al Araf, vs 158).

Ora, senhor Embaixador, são palavras do próprio livro sagrado mulçumano. Só Allah pode dar a vida e a morte. Só ele pode matar. Suas ordens aos homens não são para tirarem a vida dos “infiéis”, mas para praticar a justiça e o bem:

“Deus ordena a justiça, a prática do bem, o auxílio aos parentes, e veda a obscenidade, o ilícito e a injustiça. Ele vos exorta a que mediteis” (Surata Al Nahl, vs 90).

Recentemente em um pronunciamento, o líder mulçumano em meu país, Mahmoud Ibrahim, disse que a religião Islâmica prega o amor, e que o Islã não impõe sua fé às pessoas. Mas não é o que parece, senhor Embaixador. Matar um homem por não professar a fé islâmica é uma afronta a Deus, uma afronta ao Brasil, uma afronta ao mundo e, inclusive, uma afronta ao Alcorão, e consequentemente a Allah.

Por isso, senhor Embaixador, quero deixar aqui registrado meu apelo pela vida do Pastor Youcef Nadarkhani e meu protesto contra sua condenação.

Peço que Deus ilumine cada mulçumano, e que encha cada coração de amor e bondade, dando discernimento a cada um, para que todos sejam absolvidos no juízo final, pois Deus não quer que ninguém se perca, mas que todos venham ao arrependimento (2Pedro 3.9).

Que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus, o Pai, e a comunhão e as consolações do Espírito Santo de Deus estejam sobre todos vocês!

Jesus diz: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Apocalipse 3.20).


Para quem desejar ler a notícia, basta acessar o portal Missões Portas Abertas, ou clique aqui.